Depois de um acordo com o governo e autoridades locais, o Ultra Music Festival fechou um contrato sem data limite, transferindo sua sede do Bayfront Park para o Virginia Key Beach Park. Segundo a organização, o novo espaço vai garantir que o festival tenha uma duração maior – até as 2 da manhã. Além disso, como a nova área de realização é bem maior que a anterior, é provável que se estenda também em número o público presente ou até mesmo a quantidade de palcos.
A produção do festival terá que pagar dois milhões de dólares, sendo que metade desse montante deve ser usado para ajudar na construção do primeiro Museu Afro-Americano da cidade — até meados do século XX, Virginia Key era um bairro majoritariamente negro. O contrato, porém, pode ser considerado de risco, já que, como destaca o Miami Herald, trata-se de uma licença revogável, o que significa que pode ser anulada cerca de um ano antes da edição seguinte.
Em comunicado oficial nas suas redes, os organizadores do Ultra mostraram-se empolgados, destacando que o novo local traz novas possibilidades: aumento do horário limite para 2h da manhã e um espaço maior, consequentemente podendo receber mais pessoas.
“Estamos muito animados em anunciar que a cidade de Miami aceitou realocar o Ultra Music Festival para a linda e histórica Virginia Key. A nova locação nos permitirá evoluir em uma casa nova e maior, criando uma experiência mais agradável para todos os frequentadores. Esperamos ansiosamente por um contrato de longo prazo, com benefícios mútuos com nossos parceiros da cidade de Miami e do Virginia Key Beach Park, enquanto celebramos a manutenção do Ultra em Miami”, diz o comunicado.
Confira a postagem oficial abaixo:
O UMF saiu do Bayfront Park em parte por causa de protestos da vizinhança pelo barulho e impacto no tráfego da cidade. Antes de ser aceito em Virginia Key, moradores do bairro já manifestaram descontentamento, o que significa que o Ultra já enfrenta resistência antes mesmo de estrear sua nova casa. Há considerável preocupação com o impacto ambiental que o festival possa causar à região.
Durante a sessão na Câmara, “os comissários também ouviram manifestações dos ativistas ambientais, que se preocupam que o som alto prejudique a vida selvagem e os animais de pesquisa em Virginia Key”, como explica a matéria do Miami Herald. A produção do Ultra promete bolar uma estratégia para minimizar tanto o impacto ambiental quanto o impacto no trânsito da região. O voto de Ken Russell — o único comissário a votar contra a licença — foi justificado justamente por não sentir firmeza nessa promessa.